Sobre os restantes contos em particular:
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Flormordentes: apesar de no inicio me estar a irritar pelo facto de o Martin estar sempre a falar do “profundinverno” e dos seus “malefícios”, o conto acabou por despertar a minha curiosidade e, no final, estava conquistada, quer com a Morgan, quer com o mundo frio e cruel a que a protagonista pertencia. Adorei o modo como ele foi buscar a magia aos antigos mitos celtas e arturianos das fadas, e do seu mundo separado do dos humanos.
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Cruz e Dragão: o final ate foi interessante, mas o conto em si, as suas personagens e seus dilemas não me conseguiram conquistar.
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Reis de Areia: “agarrou-me” desde o início. Apesar do desenrolar algo previsível, achei-o muito bom. Diabolicamente bom e, por isso, de leitura compulsiva.
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O Homem em Forma de Pera: num estilo que me fez lembrar o Stephen King, adorei. Absolutamente arrepiante e imprevisível. Fantástico!
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A Cidade de Pedra e
Sob Cerco: definitivamente, depois de varias experiências falhadas, cheguei a conclusão de que há algo na literatura de FC que me impede de me entusiasmar verdadeiramente. Por muito que o senhor George Martin fale numa mistura de géneros e diga que o importante e o fator humano e não o género em que a historia se classifica, o que e certo e que ainda não foi desta que me deixei conquistar sem reservas por uma historia de FC. É um preconceito meu que é um bocado ridículo, sobretudo porque sempre adorei a saga Star Wars, e sou fa de BSG, Dark Angel e Firefly... Estes dois contos não me conseguiram cativar minimamente, e, no segundo, o uso de uma linguagem mais brejeira também funcionou um bocado como argumento contrario. Fosse qual fosse a intenção do Martin, para mim, só serviu para me exasperar ainda mais.

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Negócios de Peles: Adorei! As personagens, desde os “artistinhas” aos vilões, a historia em si e as suas potencialidades. Pena não haver continuação. Os “artistinhas” e o seu background constituem uma dupla interessante
Concluindo, tendo eu, na realidade, gostado verdadeiramente de apenas de cinco contos em dez (no fim, acabei por engraçar com o
Cavaleiro de Westeros, mas não o considero um favorito), acabei este livro bastante desconsolada. Conhecendo o Martin, talvez tenha partido para este livro com expetativas demasiado elevadas, mas que fiquei algo desiludida, fiquei.

Entretanto, achei piada ao aparecimento de nomes que atualmente tão bem conhecemos dos de ASoIaF, ou seus derivados: Os Sete, Lyanna, Dothk, Rhlor, Barristan o Ousado.

Quanto a tradução/ revisão, saliento a importância do trabalho da SdE, que muitas vezes, e muito bem, entrega os mesmo autores aos mesmos tradutores. Como sempre o Jorge Candeias parece ter nascido para traduzir George R. R Martin. Em todo o livro há apenas uma ou outra palavra a mais ou a menos, e apenas uma frase mais “estranha”, de resto um trabalho seguro e expressivo, como habitual.
